EQUOTERAPIA NA APAE DE RIO DO SUL
Na APAE de Rio do Sul é tempo de colher novos frutos. De uma planta há muito semeada, tratada e cuidadosamente pensada. E foram muitas mãos a trabalharem e se dedicarem a tarefa.
Sobre Equoterapia há muita informação em publicações e na internet e o interesse aqui não é de repassar informações técnico-científicas, da importância e dos benefícios do recurso, mas daquilo que se vivencia, daquilo que se sente e experimenta na prática, não por nós, profissionais da área da saúde, mas por aqueles que mais se beneficiam: as crianças.
Da parceria nascida em 2012 entre a APAE e o Instituto Federal Catarinense – Campus de Rio do Sul – a Equoterapia saiu do papel e iniciou em março deste ano. Com atendimento de um dia por semana e oito crianças no projeto, começa pequeno, mas com pensamento grande e resultados significativos. O primeiro passo foi a formação de profissionais da APAE no Curso Básico de Equoterapia da ANDE Brasil (Associação Nacional de Equoterapia). O segundo a doação dos cavalos para os trabalhos por pessoas envolvidas com as atividades da APAE. E o terceiro, a importante participação de profissionais do IFC que querem ver o projeto crescer e dão apoio veterinário, alojamento e alimentação para os cavalos e suporte pessoal na execução do projeto. São um fisioterapeuta, uma terapeuta ocupacional e uma fonoaudióloga da APAE. Do Instituto, uma professora que traz na bagagem muito amor por cavalos e cursos de Horsemanship, o que traz a equipe a segurança necessária para lidar com os cavalos, nossos agentes de transformação.
As crianças, que na equoterapia são chamadas praticantes, foram selecionadas considerando-se diagnóstico, idade, prognóstico e é claro a existência de contra indicações. Apresentam em sua maioria comprometimentos nas áreas motora, de linguagem e aprendizagem, onde a ação dos profissionais é eleita dentro das prioridades de cada praticante.
Ainda na fase de aproximação e dessensibilização cavalo x praticante, significativas mudanças no comportamento, na socialização e na linguagem foram observadas, e até um dos cavalos, Pirulito, parece ter feito isso toda a vida, procurando e aceitando o carinho das crianças. Mudanças de atitude, esquecendo da mão na boca e diminuindo sialorréia, sem precisar policiamento intensivo e de ordens de não faz isso, não faz aquilo. Crianças caladas e pouco sociáveis, nas sessões falantes e interagindo com todos.
Estes resultados são frutos colhidos através da principal ferramenta na habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência: o prazer e a brincadeira que faz a criança participante do processo, de maneira gostosa, diferente e alegre. É isto que nos torna entusiasmados e confiantes, apesar dos desafios ainda existentes, para que a colheita continue, cada vez mais abundante.
E os registros fotográficos falam mais que qualquer texto...
Jean Marcos Baumer
Fisioterapeuta